Quais são as tendências de golpes cibernéticos em 2025?

Fraudes em contas bancárias lideram as ocorrências e avanços tecnológicos preocupam especialistas
O Brasil registrou um aumento de 45% nos crimes digitais em 2024, atingindo a marca de 5 milhões de fraudes. Segundo a Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), um em cada quatro brasileiros foi alvo de tentativa de golpe no ano passado, e metade desses casos se concretizou. Fraudes bancárias, phishing e golpes baseados em engenharia social lideraram as ocorrências. “Os criminosos estão migrando para o meio digital por ser mais lucrativo e menos arriscado do que crimes físicos. O uso de inteligência artificial, como deepfakes e simulações de voz, torna as fraudes cada vez mais difíceis de identificar”, explica Rodrigo Fragola, especialista em crimes cibernéticos.
Além dos prejuízos financeiros, estimados em bilhões de reais, os golpes também expõem vulnerabilidades críticas em sistemas de segurança digital. Fragola destaca que as fraudes com Pix e golpes envolvendo celulares desbloqueados têm sido especialmente preocupantes. “As pessoas precisam entender que a proteção vai além de senhas fortes. É essencial ficar alerta a comunicações suspeitas e jamais fornecer dados sensíveis por telefone ou mensagens”, orienta.
Perspectivas para 2025
O cenário para 2025 não é otimista. Relatórios de empresas como Kaspersky e Juniper Research indicam que os ataques cibernéticos devem se diversificar e crescer ainda mais, podendo gerar perdas globais de até US$ 400 bilhões. Entre as fraudes emergentes, estão o uso intensificado de IA para criar golpes mais sofisticados, ataques direcionados a carteiras digitais e a exploração de vulnerabilidades em APIs.
Fragola alerta para o uso de IA generativa como ferramenta de ataque. “Golpes baseados em deepfakes e mensagens fraudulentas tendem a crescer, especialmente porque a tecnologia permite imitar com perfeição pessoas conhecidas. O impacto pode ser devastador se não houver investimento em segurança digital.”
Estratégias para mitigar riscos
Para reduzir os impactos, especialistas recomendam que empresas adotem tecnologias como IA preditiva, tokenização de dados e arquitetura de segurança Zero Trust. Além disso, é essencial equilibrar proteção com experiência do usuário. Estudos mostram que processos complicados afastam consumidores, enquanto soluções como autenticação biométrica contínua aumentam a confiança e a fidelidade.
“Segurança e conveniência devem andar juntas. Em um mercado cada vez mais digital, a confiança do consumidor é o ativo mais valioso que uma empresa pode ter”, conclui Fragola.
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