Moda indígena, reutilização de materiais e diversidade nas passarelas permeiam desfiles nos três dias de evento, dias 25, 26 e 27 de novembro, no Dúnia City Hall
A moda deixa a visão segmentada para adotar uma postura inclusiva e sustentável, pensando na diversidade dos usuários e no entorno da produção de cada peça. Este é o mote que guia as passarelas da terceira edição do Brasília Trends Fashion Week, realizado nos dias 25, 26 e 27 de novembro, no Dúnia City Hall. O tema proposto é o “Artesanato à prova do futuro”. Entre os destaques dos dias de evento, peças produzidas por meio do reaproveitamento de materiais, o upcycling, desfiles de pessoas com deficiência, coleção feita por quilombolas e moda indígenas, entre outras iniciativas.
A Fashion Campus, escola de moda em Brasília, desfila no Brasília Trends com o conceito upcycling ou reutilização. Será uma reconstrução e ressignificação dos jeans em 20 looks na passarela, com desfile voltado para o público de 18 a 25 anos. Looks agêneros e plus size estão entre os destaques. A CEO da Fashion Campus, Mabel de Bonis, indica que o desfile é conceitual, não tem objetivos comerciais.
“Estamos trabalhando conceitos sofisticados em moda para ressaltar a importância da economia circular, da eco fashion. Serão utilizadas 240 calças cedidas por um parceiro e que seriam descartadas, essas peças foram desmontadas e remontadas em nova costura para criar a coleção. Tudo foi construído em collab de alunos e profissionais da escola, cerca de 25 profissionais”, explica.
Um desfile que leva para a passarela uma importante visibilidade é o do Quilombo 11 Negras, um quilombo em Cabo Santo Agostinho, Pernambuco, apresentando em primeira mão para o Brasília Trends a coleção Aquarela Brasileira por 11 Negras, com coordenação da estilista Walquiria Assis. A música Aquarela do Brasil se torna fonte de inspiração para uma coleção de moda praia, com cores quentes, valorizando os traços e a cor da mulata brasileira em 15 looks produzidos pelas mulheres do quilombo, como iniciativa para fomentar a economia local.
Em outro desfile inédito, a marca ReVida, que é desenvolvida por ex-detentas do Instituto Travessia, de Cabo Santo Agostinho, apresenta uma coleção de acessórios com bolsas feitas a partir de resíduos de jeans, que seriam descartados, de Toritama, em Pernambuco. Esse resíduo é coletado pela cooperativa Coopac e entregue às ex-detentas, que recebem a orientação e treinamento para transformar os materiais em peças.
A moda indígena também estará presente, com o desfile da marca Aigo, da etnia Boe-bororo, pelas mãos da estilista Cristiany Boe-bororo. As peças apresentadas pela primeira vez em uma passarela, entre saias, camisetas e vestidos, são acompanhadas por acessórios feitos pela comunidade indígena situada no Noroeste, em Brasília. A cultura indígena e a vivência da etnia são as referências para o tema da coleção de dez looks, que conta com parte da matéria-prima proveniente de outras tribos do povo boe-bororo no Mato Grosso.
O Grupo Cirandinha fará o seu tão esperado desfile inclusivo com modelos com e sem deficiência, mostrando que a moda respeita a diversidade, além de lançar a sua coleção que foi feita em parceria com a marca Reserva. A marca Rosas do Cerrado apresenta um desfile com mulheres que passaram pelo câncer de mama, promovendo a visibilidade para esta causa e contemplando a beleza da superação e da força daquelas mulheres.
Brasília Trends Fashion Week 2022
Local: Dúnia City Hall – QI 15, Lago Sul/DF
Dias: 25, 26 e 27 de novembro
Horário: A partir das 15h
Entrada por meio de um quilo de alimento não perecível que será doado para o programa Mesa Brasil do SESC-DF
Mais informações e programação:
Instagram @brasiliatrendsfashionweek
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